O modelo de Lewis: desenvolvimento com oferta ilimitada de mão de obra

 

 

 

Lewis

Lewis, Sir W. Arthur
(1915 – 1990)
Prêmio Nobel em 1979

 

Economista britânico, nascido em Santa Lucía nas Antilhas, obteve o Prêmio Nobel de Economia em 1979, compartilhado com Theodore W. Schultz, por sua pesquisa pioneira sobre o desenvolvimento econômico com atenção especial aos problemas dos países em desenvolvimento.

Estudou no St. Mary’s College de Santa Lucía e na London School of Economics, onde obteve o doutorado em 1940. Foi professor nas Universidades de Londres, Manchester, West India, e Princeton. Foi assessor da Comissão Econômica das Nações Unidas para Ásia e Extremo Oriente, além de Presidente do Banco de Desenvolvimento do Caribe.

Lewis analisou os países em desenvolvimento, tendo ressaltado sua dualidade. Segundo ele, há nesses países dois setores econômicos claramente diferenciados, o rural e o urbano. No setor urbano, a produtividade do trabalho é muito maior do que no campo, permitindo que haja poupança e investimento, o que, por sua vez, aumenta de forma sustentável a demanda de trabalhadores. Essa demanda pode ser satisfeita sem que apareçam tensões salariais já que há uma oferta de trabalho infinitamente elástica procedente das zonas rurais.

O suposto básico do modelo de Lewis é que o setor rural tem excesso de população e a produtividade do trabalho é muito baixa. A produtividade marginal do trabalho rural é praticamente nula, o que significa que a emigração de trabalhadores do campo para a cidade não provoca diminuição do produto agrícola.

Produz-se, assim, no setor urbano um “círculo virtuoso”: poupança > investimento > emprego, que não se vê interrompido por tensões salariais nem por falta de trabalhadores. Por este motivo o crescimento do setor industrial – urbano está garantido até que o setor rural de baixa produtividade fique despovoado, o que implicará no fim da situação de subdesenvolvimento.